Determinação, força de vontade e superação. Esses são os ingredientes que conseguem tirar uma pessoa que viveu a vida inteira no fundo do poço para se tornar uma grande profissional.
Você já deve ter ouvido diversas histórias contando casos de pessoas que não tinham recursos para o estudo, e no final, acabaram dando mais certo do que as que tinham.
Esse é o caso da ex-empregada doméstica Antônia Maria Faleiros, da cidade de Serra Azul, Minas gerais.
Com muita determinação e superando cada dia um obstáculo diferente, Antônia saiu de da profissão de empregada doméstica para se tornar uma juíza, estudando apenas com os livros que achava no lixo.
Com 12 anos, Antônia trabalhava em um canavial no interior de Minas Gerais e nem sonhava quem um dia fosse se tornar juíza de Direito. Aos 21, filha de um trabalhador rural e uma dona de casa, foi correr atrás de uma vida melhor em Belo Horizonte. Na cidade grande, a moça da roça chegou a dormir oito meses em um ponto de ônibus porque não tinha onde passar a noite, enfrentando o frio e o perigo da capital mineira.
Durante sua passagem por Belo Horizonte, Antônia se inscreveu para um concurso de oficial de Justiça de Minas. Como a jovem não tinha recursos para comprar os livros que o concurso pedia, ela acabou pegando as folhas borradas de mimeógrafo no lixo, criando assim uma apostila completa do curso preparatório para estudar as matérias do concurso.
Antônia conseguiu ficar em terceiro lugar no concurso, indo estudar direto na universidade em seguida. Hoje, aos 52 anos, casada, a juíza procura fazer a diferença por onde passa. Ela ajuda projetos sociais com crianças e também desenvolveu um projeto voltado para o resgate da cidadania dos carvoeiros e de seus familiares da cidade de Mucuri, na Bahia
“A minha história de superação serve para eu ter a certeza de que, com a minha profissão, eu tenho que dar espaço para quem não tem espaço”. Gosto de contar essa história para reafirmar: a filha de uma dona de casa simples e de um trabalhador rural pode sim alcançar o que quer. Todos nós podemos”, completa a então juíza.