Não dá para negar que a moda esportiva invadiu as ruas e transcendeu quadras e academias – sendo incorporada no dia a dia das pessoas. Hoje, podemos ver itens relacionados à determinadas modalidades atuando como peças chaves tanto em looks de passarela, como no street style, não havendo dúvidas da atual relação de amor entre moda e esporte.
Alguns esportes possuem um estilo bem particular e tradicional, tornando fácil a identificação de seus atletas e dos fãs do estilo a qualquer momento. Nas quadras de Wimbledon, por exemplo, os tenistas podem apenas vestir uniforme todo branco – e nesse sentido, quem não reconhece um jogador de basquete ou futebol ou um surfista? Já outras modalidades, como o skate e o poker estão constantemente criando novas tendências e no caso do skate há várias marcas que viraram fashion, como a Vans.
seja pelo simples acréscimo de um acessório, seja por uma mudança radical no look. Não importante de qual atividade estejamos falando, o fato é que a moda esportiva influencia constantemente as nossas vidas e chega até a ditar tendências no mundo fashion.
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Os fabricantes de roupas esportivas, hoje em dia, dão um grande enfoque aos aspectos práticos e funcionais das roupas, procurando sempre desenvolver tecidos que ajudem a melhorar a performance e também sejam confortáveis. Além disso, vimos surgir parcerias incríveis entre algumas marcas esportivas e grandes nomes do mundo da moda, como colaboração entre a Adidas e a estilista Stella McCartney, o que contribuiu para uma maior união entre esses dois mundos. Todavia, nem sempre foi assim: o enfoque era bastante diferente a um século atrás.
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O tênis, que citamos ao início deste artigo, é uma atividade que vem sendo praticado há muitos anos e, até 1985, a vestimenta dos adeptos ao esporte envolvia, para os homens, calças compridas e gravata, enquanto, para as mulheres, saias longas e pesadas, fabricadas com tecidos como a lã, espartilhos e chapéus era o traje adequado nas quadras. O vestuário nada mais era que uma representação da moda vigente, sem qualquer preocupação com sua praticidade. Somente em 1922 Suzanne Lenglen “chocou” o mundo ao chegar em Wimbledon vestindo uma saia curta e sem chapéu.
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A partir da primeira década do século XX, os esportes deixaram de ser uma exclusividade das classes mais privilegiadas ou relacionados a fins militares e tornam-se mais populares, passando a ser considerados como atividades de lazer. É desde então que começa a haver uma maior preocupação em se vestir adequadamente para a prática de exercícios.
A década de 1920 é a grande responsável por introduzir a calça feminina. Os anos 1930, posteriores à crise de 1929, são marcados pela utilização de tecidos mais em conta, enquanto a década de 1940 tem como característica o combo short de cintura alta + camisa de manga curta.
Com a chegada dos anos 1950, os trajes esportivos passaram a não apenas ser associados com a praticidade, como foram incorporados no dia a dia das pessoas, o mesmo podendo ser dito da década de 60, que enfatizou o conforto e a funcionalidade na confecção das roupas.
Os anos 1970 e 1980 são marcados pela difusão da corrida e da ginástica de academia havendo, paralelamente, a popularização dos collants, da meia-calça, do brilho, do exagero e da sensualidade. Além disso, é na década de 70 que as empresas começam perceber o poder e o alcance de usar os uniformes de futebol como meio de divulgação da marca e os patrocínios ganham força. Foi na Copa do Mundo de 1970 que a Puma, patrocinadora da chuteira usada por Pelé, pediu ao jogador para que, no começo do jogo, amarrasse as suas chuteiras, garantindo, dessa forma, a sua exposição.
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Atualmente, as peças esportivas invadiram o guarda-roupa não só pela sua praticidade e versatilidade, mas também por estarem, cada vez mais, preocupadas em trazer, além de conforto, designs que agradam.
Podemos dizer, então, que, com o passar do tempo, a vestimenta esportiva evoluiu do ponto em que as roupas consideradas apropriadas para época eram apenas ligeiramente adaptadas para a prática dos exercícios, não havendo nenhuma preocupação com o conforto ou o aspecto funcional, para, em seguida, passarem pelo processo oposto, em que o enfoque estava na funcionalidade, mas não na estética, para só então chegarmos à época atual em que as marcas esportivas buscam não apenas desenvolver tecnologias que ajudam a melhorar as performances esportivas dos atletas, facilitando os movimentos e trazendo conforto, mas também investem em design e estilo, conseguindo até influenciar o mundo fashion de maneira mais ativa e criando itens desejo usados fora das quadras e no dia a dia das pessoas.