Quem resolve empreender no Brasil sabe que não vai encontrar um caminho fácil pela frente, principalmente pelos riscos que se corre ao fazer um alto investimento, por isso, sempre é preciso estar atento à tudo que acontece no mercado e identificar os momentos certos para fazer aplicação de dinheiro.
Se você navega a internet com frequência, então já deve ter se deparado com a história dessa jovem que está causando polêmica. Isabelle Gantus é uma empresária de sucesso e responsável pela Arnetsa, uma marca de cosméticos.
A empresa nasceu depois de um fato curioso, a menina, na casa dos 17 anos, recebeu o desafio de seu avô de criar a própria marca de cosméticos vegana, sem que sejam feitos testes em animais… Bom, até aí tudo bem, não é mesmo?
Para ajudar a neta, o senhor de 74 anos juntou suas economias e conseguir arrecadar uma quantia de 300 mil reais para começar o empreendimento. Claro, com dinheiro em mãos, Isabelle conseguiu reunir o que precisava para tocar os negócios. Aliás, outra vantagem importante da jovem que começou vendendo cinco batons sólidos e líquidos, era a cobrança de juros.
Enquanto Isabelle afirma pagar 6% de juros, instituições bancárias cobram 20,6% pelo mesmo valor.
Quando entrevistada pelo UOL, Isabelle afirmou que o dinheiro não veio de graça, mas sim, depois dela tentar diversos empréstimos no banco e não conseguir nada: “Dei garantias pra eles, pois tenho alguns bens. Acho até mais difícil lidar com família, pois o familiar está sempre perguntando, verificando”.
O tempo passou e hoje a Ametsa está presente em diversas cidades brasileiras, como Vitória da Conquista (BA) e Nova Iguaçu (RJ). Somando marketing, novos produtos e um canal de venda direta, a companhia vai investir R$2,7 milhões.
Oportunidade x Dinheiro
A história de Isabelle e a quantia de 300 mil reais que recebeu do avô causou alvoroço na internet, pois muitos usuários afirmam que o ocorrido só deixa ainda mais claro o poder das diferenças de classe, raça e gênero no país.
Evidentemente, Isabelle tem uma condição financeira superior à muitos brasileiros, e, se tratando de um universo onde dinheiro faz diferença, essa realidade é o grande trunfo.
Entre 2002 e 2012, cresceu em 20% o número de negros empreendedores, enquanto o dos brancos caiu em 2%. Atualmente, 51% dos empreendimentos brasileiros são comandados por negros. Embora os números nos dê um ‘sopro de esperança’, uma pesquisa feita pelo Procon mostra que os afrodescendentes e pobres sofrem maior discriminação em agências bancárias. Veja alguns tweets:
Mano, se alguém me da 300 mil a juros de 6% ao ano eu nem trabalho mais.
— JaxOn (@JacsonSilveira) July 18, 2018
Começou do “0” com “300$ mil” … https://t.co/3DUatWE1Ix
— BLACK BOY ? (@ManoWiill) July 18, 2018
so tinha 300 mil é ótimo https://t.co/WRQyTOjmiu
— brendha (@brenrdha) July 18, 2018
Vi uma notícia que a família emprestou 300 mil pra mais nova montar seu próprio negócio do zero. Tem que ser muito incompetente pra não conseguir nada com esse valor…
— Maurício Luiz (@mlzbeats) July 18, 2018
Banco me empresta 300 mil?
— Lay (@LaynaAlves) July 18, 2018