Yolanda Pereira marcou história ao ser consagrada a primeira Miss Universo brasileira, em 1930. A gaúcha, natural de Pelotas, tem até um monumento em sua homenagem no município, e encontraram uma caixa enterrada há 88 anos com informações sobre a miss.
O mistério, entretanto, ainda não chegou ao fim, pois a caixa está com muita água e materiais que ficaram submersos durante todo esse período. A retirada de todo o conteúdo da ‘cápsula do tempo’ pode levar de três meses a um ano, já que toda a água será retirada cuidadosamente com seringa, e os documentos secados pouco a pouco.
“A retirada desses documentos é gradual, justamente para não danificá-los, né? E aí a gente vai conhecendo o que vai ter no fundo da caixa também”, explica a professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Andrea Bachettini.
“Esse é um processo demorado, e a gente não pode correr risco de perder as informações que constam dentro dela, né?”, completa a professora.
Para matar um pouco a ansiedade das pessoas, o pesquisador Guilherme Pinto de Almeida já divulgou dois exemplares de jornais, com retratos de Yolanda Pereira e autógrafos e “moedas de prata que o Ministro da Fazenda, Dr. José Maria Whitaker, mandou cunhar, com a efígie de Miss Universo 1930”.
A caixa foi enterrada em 1931, e a ideia era que fosse aberta 50 anos depois, em comemoração de meio século do título, só que ela foi esquecida, e só agora ela foi relembrada.
“Foi um grande ufanismo da cidade. Então, eles escrevem minuciosamente como foi a cerimônia e tudo que existe na cápsula e todos os votos que eles faziam para as pessoas do futuro. É uma mensagem que o pessoal em 1930 deixou para o futuro, né?”, resume o pesquisador.