A história do graffiti é tão antiga quanto a história da humanidade. Antes mesmo de existir uma verbalização do pensamento, as paredes das cavernas já se mostravam aptas a comunicar fatos ou integrar civilizações a partir de desenhos e representações vividas. A arte ou pintura rupestre nos leva ao período pré-histórico, em que o homem dividia sua existência com animais muito maiores do que nossos melhores devaneios.
Com o avanço da civilização, as manifestações artísticas progrediram, levando à evolução do graffiti, que adquiriu novas formas e ferramentas para continuar existindo e cujas técnicas de composição atualmente figuram tanto nas ruas quanto nas galerias mundo afora. Não à toa, as técnicas utilizadas pelos grafiteiros influenciaram artistas como Duchamp, Picasso, Brassai, Pollock, Warhol, Basquiat e tantos outros que incorporaram esse estilo de manifestação em suas obras.
Aconteceu no último dia 27 de setembro, na Skandinavia Designs, em São Paulo, o lançamento do livro Estética Marginal Volume II, organizado por Allan Szacher, com pesquisa e textos de Ana Davids, Daniele Simões e Morena Borba, da Editora Zupi, que resgata a partir do relato daqueles que contribuíram para o desenvolvimento da arte de rua moderna no país. A equipe Criatives esteve lá e registrou tudo.
A partir das biografias de Alex Vallauri, Carlos Matuck, Waldemar Zaidler, John Howard, José Carratu, Júlio Barreto, Hudnilson Júnior e Mauricio Villaça, entre outros, a obra documenta a contribuição desses vovôs do graffiti para as artes plásticas. Utilizando ospray e o estêncil, eles fizeram da exploração do espaço urbano umsímbolo do direito à livre expressão. Longe das galerias de arte, foram eles que criaram os alicerces que permitiram às gerações seguintes despontar nos cenários nacional e internacional.
As narrativas presentes na publicação mostram desta forma, a partir de inúmeros relatos dos representantes da primeira geração brasileira de grafiteitos, seus familiares e amigos, o graffiti como aliado da democracia ou como estandarte vital em tempos de repressão e ditadura. Em tempos de alta produção cultural e social como os vividos entre as décadas de 1960 e 1990, o graffiti se apresenta como arte de vanguarda e ospray como melhor instrumento de expressão e de protesto.
Com prefácio do crítico de arte Paulo Klein, patrocínio cultural da Volvo Cars Brasil e incentivo da Lei Rouanet, Estética Marginal Volume II chega às livrarias no final de setembro, totalmente ilustrado, e pode servir como uma enciclopédia pela riqueza de informações e imagens inéditas de obras que já foram apagadas dos muros da cidade.
Para saber mais, acesse www.zupi.com.br e www.zupidesign.com
SOBRE O LIVRO
Título: ESTÉTICA MARGINAL VOLUME II
Co-Autoras: Ana Davids, Daniele Simões e Morena Borba
Organizador: Allan Szacher (ZUPI)
Origem: Brasil
Assunto: Arte, história da arte
Páginas: 168
ISBN: 978-85-61464-03-5
Edição: 1ª
Tiragem: 3 mil exemplares