Um denso florescimento de algas bioluminescentes ao largo da costa do sul da Califórnia ilumina as praias do Oceano Pacífico com um brilho de néon azul nebuloso. Multidões se reúnem à noite na costa de San Diego, na esperança de testemunhar esse incrível fenômeno natural.
Como esse fenômeno ocorre?
De acordo com Michael Latz, do Scripps Institution of Oceanography, da Universidade da Califórnia, as ondas bioluminescentes cobrem um trecho de 28 quilômetros de água. O raro fenômeno advém de uma espécie de alga dinoflagelada chamada lingulodinium polyedra. O forte brilho é uma defesa natural que as algas usam para afastar possíveis predadores.
A alta concentração de pequenos organismos faz com que a água pareça avermelhada durante o dia. Mas o verdadeiro espetáculo acontece à noite, quando qualquer perturbação física, como o movimento de uma onda, faz com que os organismos emitam luz própria.
Dinoflagelados
O plâncton marinho constitui a base da cadeia alimentar em todos os oceanos do mundo. Existem milhares de espécies que compõem este importante grupo, uma delas particularmente notável tanto pelo seu número como pela sua extraordinária biodiversidade: os chamados dinoflagelados.
Este grupo de algas inclui um grande número de espécies unicelulares eucarióticas com características comuns que fazem parte do que é conhecido como fitoplâncton, isto é, organismos aquáticos do plâncton capazes de realizar a fotossíntese.
Embora apenas algumas plantas e animais terrestres possam emitir luz própria, os pesquisadores estimam que entre 80% e 90% das profundezas oceânicas são bioluminosas.
Mecanismo de defesa marinha
Os cientistas não sabem ao certo por que os dinoflagelados desenvolveram essa capacidade de criar luz. Uma teoria é que o flash de luz poderia assustar o principal predador dos organismos: crustáceos microscópicos conhecidos como zooplâncton.
Em alguns casos, essa habilidade também pode atuar como um chamariz. Algumas espécies de lulas e camarões podem liberar uma nuvem de tinta brilhante utilizada para distrair os predadores enquanto o animal escapa.
O Dr. James M. Sullivan, um pesquisador de bioluminescência, diz que perigosas marés vermelhas podem produzir toxinas suficientes para envenenar peixes e outras espécies marinhas. Um de seus compostos é a saxitoxina, uma neurotoxina que tende a afetar os seres humanos quando estes consomem crustáceos contaminados.
A produção de toxinas é a principal razão pela qual as marés vermelhas são muitas vezes tomadas como um sinal de não ir para a água. Mas de acordo com Latz, as espécies envolvidas na maré vermelha que é gerada atualmente na costa de San Diego não produzem compostos perigosos.
Veja o fenômeno na íntegra.
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