Um dos prazeres permanentes da ficção científica e dos filmes baseados em histórias em quadrinhos é assistir ao desfile interminável de aparelhos tecnológicos futuristas em exibição. Os veteranos da velha guarda podem dizer: assista a filmes de ficção científica, voltando aos anos 50 e 60, e contemple um universo paralelo no qual a ficção apresenta uma tecnologia e logo vem a ciência, transformando o conceito em realidade, algumas décadas depois.
Pantera Negra, o último super-herói apresentado pelo Marvel Studios, é um filme que você vai querer ver por várias razões. Mas também está de acordo com a tradição do sci-fi de apresentar as tecnologias que provavelmente serão uma realidade palpável no futuro. Nesse post, vamos dar uma olhada em três tecnologias abordadas no filme e comparar cada uma com o atual desenvolvimento destas no mundo real, a partir dos principais laboratórios de pesquisa e estúdios de design industrial do mundo.
Vibranium
A ficção: Aqueles que estão familiarizados com a mitologia do universo dos quadrinhos da Marvel já estarão a par do super-metal místico conhecido como vibranium. Chegando à Terra por um meteorito e minado ao longo de séculos no país nativo de Wakanda, lar do Pantera Negra, o metal absorve qualquer energia cinética direcionada a ele, tornando-o virtualmente indestrutível. As garras do Pantera Negra são feitas de vibranium, e ele é tecido em seu traje blindado também. (O escudo do Capitão América também é feito de uma liga de vibranium exclusiva, de acordo com a tradição da Marvel.)
A ciência: em dezembro de 2017, uma pesquisa publicada na revista científica Nature Nanotechnology detalhou um novo tipo de material leve e flexível que se torna instantaneamente mais duro do que o diamante em qualquer sinal de impacto significativo. Uma variação do material de carbono conhecido como grafeno, o material combina duas camadas adjacentes de carbono flexível. Quando deformados por energia balística ou por qualquer pressão externa repentina – digamos, uma bala – as camadas se encaixam para se tornarem rígidas e virtualmente impenetráveis.
Displays holográficos
A ficção: Desde que o holograma da Princesa Leia surgiu pela primeira vez no primeiro Star Wars, de 1977, as exibições holográficas têm sido um elemento virtualmente obrigatório em filmes de ficção científica – Homem de Ferro, Avatar, etc. Pantera Negra mantém a raia viva com o Rei T’Challa e sua equipe notável (general Okoye, Nakia e sua irmã Shuri) em Wakanda usando projetores montados no pulso para gerenciar uma espécie de “bate-papo Facetime” dinâmico e tridimensional.
A ciência: Os displays holográficos da ficção são tecnicamente conhecidos em nossa realidade como imagens volumétricas de espaço livre 3D, bastante estudadas em laboratórios ópticos. Em janeiro, pesquisadores da Universidade Brigham Young revelaram um sistema de projeção que produz imagens em 3-D coloridas que flutuam no ar. As imagens podem ser vistas de qualquer ângulo, e o sistema não requerem nenhuma superfície de projeção ou óculos especiais.
Usando uma técnica chamada captura óptica fotoforética, o sistema BYU funciona suspendendo minúsculas partículas físicas no ar usando lentes especiais de projeção. As partículas físicas servem então como “tela” de projeção para um segundo conjunto de lasers ultrafinos. Move as partículas rápido o suficiente e você pode desenhar linhas no ar.
O sistema também pode gerar diferentes efeitos ópticos, cores e imagens usando diferentes tipos de materiais – vidro, tungstênio, até pequenas manchas de diamante. O problema? A partir de agora, as imagens são muito pequenas – menores que a unha do dedo mindinho -, mas os pesquisadores já estão trabalhando para aumentar o tamanho da imagem.
Carros voadores
A ficção: como qualquer civilização tecnologicamente avançada que se preze, a nação de Wakanda possui opções de transporte superiores para seus cidadãos. Preste atenção para uma cena de trem maglev decididamente fantástica no filme. O esquadrão militar de Pantera Negra também faz uso de um veículo voador blindado – basicamente um carro voador – fazendo referência a um sonho de ficção científica que remonta aos anos 1920.
A ciência: Os veículos voadores em Pantera Negra são explicados com uma conversa vaga sobre as propriedades milagrosas do vibranium. Mas na vida real, existem várias iniciativas importantes já em andamento com o objetivo final de colocar carros voadores reais no céu. Grandes empresas do setor, como a Airbus e a Uber, tornaram públicos seus planos, e você pode supor que há muitos outros trabalhos sendo feitos por trás das portas fechadas de hangares particulares.
De fato, dependendo de como você define seus termos, já temos vários carros voadores no ar. Os drones de passageiro de um só piloto, como o Ehang 184 da China, são basicamente quadricópteros de grande porte, e o co-fundador do Google, Larry Page, está apoiando uma espécie de quadriciclo voador chamado Kitty Hawk.
Mas se você quiser ter um vislumbre de um futuro ainda mais louco, não deixe de conferir o jato Lilium da Alemanha, desenvolvido em parte pela Agência Espacial Europeia. O Lilium parece o carro voador que todos imaginamos em nossas cabeças, uma mini-nave espacial de cabine fechada que pode decolar e aterrissar em ambientes urbanos lotados.
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