Em Juneau, Alasca, você pode fazer um incrível passeio… em uma geleira. É isso mesmo – dentro do parcialmente oco Glaciar Mendenhall, uma paisagem surreal de cavernas de gelo azul de tirar o fôlego, acessível via caminhada, caiaque ou mesmo uma subida sobre o gelo. É melhor você chegar lá em breve, porque esta maravilha natural está derretendo, e infelizmente, bem rápido.
O Glaciar Mendenhall
Pequena Era do Gelo
Formado 3.000 anos atrás, durante a chamada “Pequena Era do Gelo” – um período de resfriamento que ocorreu a partir de meados do século 14 até meados do século 19 – o Glaciar Mendenhall hoje tem 13 quilômetros de extensão . A palavra “hoje” é particularmente importante neste contexto, porque fala muito sobre a impermanência do nosso mundo natural. Um estudo recente sobre a taxa de derretimento de Mendenhall mostrou que a geleira do Alasca recuou 100 pés (30 metros) por ano desde 2005 e quase 2 milhas (3,2 quilômetros) desde 1950 – um rápido aumento em relação à anterior. Mas o que os cientistas acreditam estar por trás dessa mudança drástica em uma estrutura natural tão massiva?
Indiscutivelmente o mais controverso dos assuntos ambientais, é claro: a mudança climática.
Entender como um clima globalmente mutável afeta camadas massivas de gelo é uma área complicada e ao mesmo tempo fascinante da ciência. Mas antes de começarmos a discutir o desaparecimento dessas maravilhas naturais, precisamos entender como elas chegaram lá em primeiro lugar.
As geleiras são formadas pelo cair da neve em uma área específica por tempo suficiente para se acumular e se transformar em gelo. Eventualmente, o peso do gelo se força para baixo e cria grandes campos gelados. A taxa de derretimento do gelo não pode exceder a taxa de acumulação da geleira – de modo que a geleira ou glaciar possam crescer e se desenvolver saudavelmente. Quando o oposto acontece, as geleiras começam a derreter em ritmos cada vez mais desenfreados.
Gelo azul e pedras estonteantes
Azuis Glaciais
Enquanto a geleira continua a derreter, sua parte interior forma uma paisagem sobrenatural e em constante mudança. Localizadas dentro do glaciar, as Cavernas de Gelo de Mendenhall são cavidades de cor azul-turquesa, sinuosas e recheadas de curvas e (em alguns lugares) gotejam gelo glacial que pode ser acessado através de entradas precárias, com extremo cuidado.
Por que sua cor hipnotizante? O gelo glacial parece azul porque, à medida que a luz passa por ele, as cores na extremidade vermelha do espectro de luz são absorvidas pelo gelo, deixando os comprimentos de onda azuis brilharem.
O tamanho de Mendenhall pode estar diminuindo, mas não há escassez de visitantes. Isto é provavelmente graças à expectativa de vida curta das cavernas e um desejo de vê-las antes que elas desapareçam. Todos os anos, mais de 500.000 visitantes aventureiros visitam o Glaciar Mendenhall. Empresas como a Alaska Shore Excursions oferecem visitas guiadas ao longo e sob o gelo (com equipamento adequado e o entendimento de que grandes pedaços de gelo derretendo podem cair em sua cabeça a qualquer momento, risos à parte).
Enquanto os cientistas e os serviços de parques relatam que muitos turistas são céticos em relação ao rápido desaparecimento de Mendenhall, é importante educar continuamente o público. Especialistas preveem que dentro de 100 anos, a geleira de Mendenhall não será mais visível a partir da atual entrada de visitantes – uma perspectiva excepcionalmente triste. O derretimento do gelo não aguarda ninguém, portanto, prepare-se e experimente essa maravilha natural antes que seja tarde demais!
Uma caminhada pelas cavernas de gelo na geleira de Mendenhall
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