Thiago de Jesus Dias, de 33 anos, era entregador de aplicativo e morreu após sofrer um AVC enquanto trabalhava. Depois disso, a Rappi, querendo evitar que casos como esse aconteça novamente, anunciou que está desenvolvendo um ‘botão de emergência’ no app para que os motoboys possam ser atendidos imediatamente em situações graves e/ou de risco.
Em nota, a Rappi informou: “A empresa está desenvolvendo um botão de emergência, que estará disponível dentro do aplicativo dos entregadores, por meio do qual os mesmos poderão optar por acionar diretamente o suporte telefônico da Rappi – que contará com equipe especializada – ou as autoridades competentes (caso se deparem com situações relacionadas à saúde ou segurança)”, diz o comunicado.
Testemunhas contam que Thiago começou a passar mal enquanto fazia uma entrega em um prédio na zona oeste de São Paulo, e foi socorrido pelos clientes que, na mesma hora, entraram em contato com a empresa pelo celular. Segundos eles, a Rappi pediu para que dessem baixa na viagem, pois aquilo poderia atrasar as demais entregas, e não prestaram nenhum tipo de socorro.
O SAMU também não apareceu, e até um motorista de Uber negou o pedido dos clientes para que Thiago fosse transportado ao hospital com urgência. O rapaz só conseguiu ser socorrido duas horas depois, pela própria irmã, quando foi levado para o Hospital das Clínicas, mas, já chegou inconsciente e faleceu dois dias depois.
A Uber preferiu não se manifestar sobre o ocorrido, e a Prefeitura de São Paulo, responsável por todo o gerenciamento do SAMU, alegou que uma investigação foi aberta para apurar o ocorrido.
Quando a família de Thiago soube sobre a medida que a Rappi vai tomar a partir de agora, o sentimento foi de revolta: “Eles descobriram que podem salvar vidas só agora? Depois de anos de aplicativo, eles tiveram a consciência de criar um botão?”, disse o irmão caçula do entregador, Isaque de Jesus Dias, 24 anos.
“É revoltante eles terem essa ideia só agora, depois de a gente perder nosso irmão. Afinal, o que ele deixou de fazer a Rappi pode substituir por outro, mas nós da família não temos esse poder de contratar um novo irmão”.