O fenômeno de filmes sobre super-heróis tomou as rédeas do mercado de mídia no mundo a partir da década de 2000 com toda a força guardada por várias falhas acumuladas ao longo de tempos passados. Antes de 2002, os empreendimentos bem-sucedidos em adaptar histórias em quadrinhos para a sétima arte poderiam ser contados nos dedos. 17 anos depois, e esse cenário mudou – e muito!
Neste passado longínquo, nossas referências eram os primeiros filmes do Superman, lançados durante a década de 1970; e os filmes do Batman, que chegaram ao cinema já no fim dos anos 1980. Tanto um quanto o outro reuniram elencos com astros daquela época – Marlon Brando no caso de Superman, Michael Keaton e Jack Nicholson em Batman – e grandes orçamentos, para fazer jus a adaptações fidedignas das tramas que antes apenas ocupavam os quadrinhos lançados pela DC Comics.
Power can be innocent. Superman has been the prime example of this for 80 years. #Superman80 pic.twitter.com/C20BBExfXj
— Batman v Superman (@BatmanvSuperman) 18 April 2018
O sucesso de ambas essas tramas tanto em âmbito de crítica quanto financeiro abriram os olhos dos executivos para novas formas de arrecadar renda com estas marcas. Para além da receita feita no cinema durante as semanas em que os filmes estão nos circuitos, existem outras maneiras de se manter o nome destas franquias na boca do público, e sem precisar do “boom” de marketing que a exibição de um filme nos cinemas traz de maneira constante.
É a partir daí que as histórias em quadrinhos começam a tomar forma para além do cinema. O Superman, cuja melhor adaptação à critério da crítica ainda é a sua rendição da década de 1970, ganha representações em figuras de ação, jogos de roleta e vestimentas diversas. O Batman se mantém vivo em nossas memórias com a excelente série Arkham de videogames, além de seriados, produtos para casa e afins.
São receitas que não são únicas à DC Comics. A Marvel, que hoje domina o mercado de cinema – e tem tudo para continuar a fazê-lo, considerando seus anúncios de continuação do universo de filmes da marca na última San Diego Comic-Con – lança mão de táticas semelhantes. Pode ser até mesmo argumentado que ela tem o benefício de lançar praticamente um filme por semestre, o que lhe confere não só o “boost” de marketing que o cinema carrega, mas também até a renovação de produtos por conta da reprodução de diferentes personagens nas telas.
Three cheers for Froppy!! ?
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— Crunchyroll Store (@ShopCrunchyroll) 20 July 2019
Mas quem chegou mais próximo da perfeição quanto a essa técnica, foram os japoneses. Em cada estação do ano, uma enxurrada de animes entram o mercado tanto do Japão quanto do resto do mundo, com seus fãs ultra-dedicados aproveitando transmissões simultâneas por serviços de streaming como Crunchyroll.
E a cada nova estação do ano, também são renovadas as franquias cujas marcas são exploradas das mais diversas formas possíveis. As prateleiras de lojas pelo Japão (e mundo) afora são tomadas por chaveiros, cadernos, videogames e correlatos inspirados em animes lançados às vezes até depois de tais produtos serem disponibilizados ao público. Tudo isso para aproveitar a “febre” sazonal que acompanha essas peças.
Aqui no Ocidente, ainda não chegamos a esse nível de fervor. Mas não devemos estar lá tão longe assim. Com a geração que cresceu vendo filmes da DC e da Marvel se tornando jovens adultos e ainda acompanhando fielmente as franquias dessas marcas, têm-se bastante espaço para vermos mais e mais lares com a temática do super-herói saindo das figuras de ação expostas nos quartos, e adentrando outros cômodos da casa.
Fonte: Pixabay.com