Dá pra imaginar que uma embarcação naufragada há mais de 30 anos ainda possa emitir radiação que comprometa todo o oceano? Cientistas alertaram que os níveis de radiação em torno do submarino K-278 Komsomolets estão 100 mil vezes mais altos do que o normal.
A água ao redor da embarcação, que afundou em 7 de abril de 1989, vem sendo analisada pelos cientistas noruegueses. O acidente foi causado por conta de um incêndio na sala de máquinas, que vitimou fatalmente 42 pessoas, onde a maioria dos mortos acabaram falecendo pela exposição à radiação, enquanto aguardavam resgate.
O submarino possui 120 metros de comprimento, e está há 1500 metros de profundidade, em uma distância de 160 quilômetros da Ilha do Urso, um dos locais mais comuns do mundo para a prática da pesca. Entre 1991 e 1993, os cientistas encontraram uma alta concentração de césio-137 nas proximidades da embarcação, mas, nenhum vazamento foi registrado.
Entretanto, na última amostra coletada esse mês, foram encontrados níveis de radiação 100 mil vezes maiores do que o esperado, como noticiou a emissora estatal norueguesa NRK.
Uma das profissionais envolvidas no caso, Hilde Elise Heldal, informou que não ficou surpresa com a descoberta, já que nas amostras anteriores um alto nível de poluição radioativa já tinha sido encontrado. “Os resultados são preliminares”, disse ela à TV2. “Vamos examinar as amostras quando chegarmos em casa”.
A mulher ainda informou que a pesca na região não está ameaçada por conta da radiação, e que continuarão monitorando o submarino naufragado para sempre ter dados atualizados sobre a poluição radioativa em torno da embarcação. Isso também ajudará a “garantir a confiança do consumidor na indústria pesqueira norueguesa”, acrescentou.
A cadeia alimentar também está fora de perigo, já que a embarcação está bastante funda na água, a uma profundidade onde pouquíssimos animais se concentram.