É natural que em todas as famílias haja discussões e opiniões distintas, na verdade, não só nas famílias, mas, na vida, em geral. Porém, um estudo produzido por Marta Sogrelles, do Colégio Oficial de Psicólogos de Cataluña, Espanha, mostrou que os filhos que mais incomodam os pais, na verdade, são os que mais se parecem com eles, pois os pais não aceitam certas atitudes simplesmente por se enxergarem nelas.
De acordo com a profissional, os seres humanos têm um mecanismo de defesa, que fica em alerta quando uma pessoa atribui a outra pensamentos e atitudes que ela mesma não consegue tolerar, ou seja, projetam nos outros o que não aceitam nelas mesmas.
Essa atitude só faz com que seja criada uma barreira ainda maior e aquilo que causa incômodo não consegue ser superado, porque é mais fácil ‘jogar a bola’ pro outro, do que bater de frente com a própria realidade.
Marta ainda diz que muitas atitudes que as pessoas possuem, foram herdadas dos pais. Desde quando somos crianças, absorvemos o comportamento e jeito de ser de nossos pais, em diferentes situações, e durante a adolescência é que essa ‘absorção’ do jeito de ser fica ainda maior. O desenvolvimento psicológico do filho pode ser afetado pelo estado emocional dos pais.
Segrelles afirma que antes da atenção ser toda pro filho, os pais precisam resolver seus próprios problemas e buscar uma evolução interior, entendendo que as crianças não são propriedades do pai e nem da mãe, por isso, precisam tomar as próprias decisões e cometer erros, isso faz parte do processo de aprendizagem pessoal.
O passado é impossível de ser mudado, porém, é reconhecendo o que precisa ser transformado, que um novo futuro acaba se formando. Não julgue, seja tolerante, as pessoas possuem suas próprias individualidades e precisam ser respeitadas por isso, você concordando ou não; avalie o porquê daquilo estar te incomodando no outro.
Acima de tudo, seja você mesmo, tanto o bom quanto o ruim fazem parte da essência de quem somos, porém, antes de apontar algo que te incomoda alguém, reflita se ele não está, simplesmente, sendo o reflexo dos pais.