Se você visitar o Museu de História da China, em Pequim, certamente um caldeirão ornamentado com dragões e cercado de sapos chamará muito a sua atenção, principalmente depois de descobrir que trata-se de um equipamento criado há 1.800 anos por Zhang Heng para ‘detectar terremotos’.
O dispositivo foi apresentado para a corte chinesa em 132 dC onde acreditava-se que no interior do sismoscópio havia um pêndulo flanqueado por mecanismos de alavanca que são conectados em todos os dragões que balançava quando as ondas de choque de um terremoto chegavam por perto.
Então o dragão ‘vomitava’ uma bola na boca do sapo informando também de qual direção o tremor estava vindo, já que cada dragão e seu sapo correspondente estavam ligados em um ponto da bússola, pois com essa informação o governo chinês conseguia mandar ajuda para o lugar certo.
Muita gente não acreditou na eficácia do equipamento até que em 138 dC um dos dragões cuspiu na boca do sapo e dias depois chegou até o palácio a notícia de um terrível terremoto que destruiu tudo na atual província de Gansu.
O sismoscópio original nunca foi encontrado e desde 1875 estão criando réplicas do equipamento, mas nenhuma delas conseguiu detectar um terremoto não simulado, gerando um debate que se estende até os dias de hoje sobre o que, de fato, havia no interior do compartimento.
Os sismólogos não gostam da onipresença desse modelo porque ele não foi capaz de ‘prever’ um terremoto que matou mais de 250 mil pessoas na década de 70, então lutam para convencer o governo a retirar sua imagem dos livros e cadernos escolares.