Se hoje estamos assustados com o coronavírus é porque não conhecemos ao certo sobre a ‘Gripe Espanhola’, um vírus extremamente letal que surgiu em 1918 e vitimizou aproximadamente 50 milhões de pessoas ao redor do mundo inteiro.
Se a pandemia atual tem 3% de mortalidade, a gripe do final da década de 1910 beirava os 10%, uma doença assustadora que ceifou a vida de idosos, adultos, jovens e crianças, não existiam limites para a gripe espanhola agir e causava mais pânico que a Primeira Guerra Mundial, que ainda tinha vestígios na população.
Foi justamente essa Guerra que ajudou o vírus a se proliferar pelo planeta e curiosamente a doença não surgiu na Espanha, mas recebeu o nome de ‘Gripe Espanhola’ porque os governantes espanhóis foram os primeiros que alertaram o mundo sobre o problema.
Muitos soldados levaram a doença para suas cidades quando a guerra acabou e, assim como o coronavírus, a ‘Gripe Espanhola’ começou na China, mais de 3 mil soldados do país adoeceram quando estavam no Canadá e precisaram ficar em quarentena. Os canadenses por sua vez não estavam levando os sintomas a sério e acreditavam se tratar de ‘preguiça’ dos chineses, até que começaram a morrer.
Quando o vírus chegou na Espanha a população logo se espantou e felizmente por conta da ausência de leis de censura a imprensa local começou a abordar o tema e alertar a sociedade sobre este vírus ainda desconhecido pela grande parte dos países. A ‘Gripe Espanhola’ se espalhava com tanta facilidade que nem mesmo o Rei Afonso XIII conseguiu escapar.
Os sintomas eram comuns: tosse seca, cansaço, dores de cabeça e arranhaduras na garganta, mas logo o caso se agravava e os órgãos começavam a ficar comprometidos, a maioria dos infectados acabavam morrendo por conta de uma severa pneumonia e até hoje estima-se que o número de mortos pode ter sido ainda maior.
Pouco a pouco outros óbitos começaram a surgir ao redor do mundo pelos mesmos sintomas, o pânico foi instaurado nos quatro cantos do planeta e os médicos trabalhavam incansavelmente para alertar a população sobre quais medidas deveriam ser tomadas para barrar a proliferação do vírus, como evitar aglomerações e cobrir o rosto e nariz ao sair de casa.
Os dados da época revelam que, aproximadamente, 500 milhões de pessoas foram infectadas ao redor do mundo inteiro, inclusive a autora Nancy Bristow revelou em seu livro ‘American Pandemi: The Lost Worlds of the 1918 Influenza Epidemic’ que 25% da população norte-americana foi contaminada, sendo que 675 mil acabaram morrendo.
Evidentemente fica difícil realizar comparações entre uma pandemia e outra, mas apenas para conhecimento, a Gripe H1N1 provocou a morte de algo entre 151 mil e 575 mil pessoas no mundo inteiro durante 2009 e 2010, números que não chegam nem perto da Gripe Espanhola.
Até a data de hoje, 24 de março de 2020, o coronavírus contaminou 395.647 pessoas, causando a morte de 17.241 delas.