Quem trabalha como autônomo está passando por um momento muito complicado nos dias atuais porque foi impedidos de exercer a profissão devido ao coronavírus, as diaristas, por exemplo, não podem sair de suas casas e com isso acabam ficando sem salário.
Um movimento no Rio de Janeiro chamado ‘Pela Vida de Nossas Mães’ ganhou força nas redes sociais e vem reivindicando justamente isso: querem que as profissionais possam cumprir isolamento remunerado.
“Eu e minha amiga, Adrielle Vieira, tivemos essa iniciativa há dias e conseguimos o apoio de diversas pessoas. A carta foi escrita a várias mãos. Tem pessoas de vários Estados, como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul. Todos, de alguma forma, têm parente que trabalha como empregada doméstica ou diarista”, disse Juliana, uma das idealizadoras do movimento.
Tudo se agravou mais quando uma empregada doméstica de 63 anos faleceu por conta do coronavírus, a mulher foi infectada por sua patroa, que voltou da Itália e aguardava confirmação do exame:
“A gente vem acompanhando todo o processo dessa senhora. A princípio, nossa carta tratava esse caso como suspeita, esperamos sair a confirmação para publicar a carta. Essa senhora morava em Miguel Pereira, cidade que fica a 40 minutos de onde eu moro. Ficamos muito emocionados, afetados. A constatação é de que quem vai morrer são os pobres. A patroa continua viva, a empregada morreu”.
“A minha madrinha, que tem 75 anos e está no grupo de risco, trabalha na casa de uma senhora que mora sozinha, mas tem uma neta – que é quem faz a transferência do salário. Essa neta tem pouco contato com a avó, e minha reivindicação é que ela tome conta da parente dela e libere minha madrinha. Todo dia ela pega transporte público, se expõe ao risco. São anos de prestação de serviços e agora não se tem a mínima consideração. Aqui em Japeri a saúde pública é muito precária”, disse Juliana.
Tudo que a jovem quer é bom senso e responsabilidade social para garantir os direitos das empregadas domésticas e diaristas:
“As diaristas não têm vínculo empregatício. Algumas empregadas ainda conseguem dialogar com patrão. Muitas dessas empregadas e diaristas trabalham na zona sul, onde existem casos confirmados, e moram nas periferias da cidade do Rio ou na Baixada Fluminense, correndo o risco de trazer o vírus pra cá. Estamos pautando isso, a importância das pessoas terem bom senso, é uma questão muito delicada, ainda mais com a morte da senhora de 63 anos”, conclui.