A revista ScienseAdvances publicou um estudo curioso mostrando que as pessoas que leem ou assistem constantemente notícias sobre tragédias tendem a viver em um ciclo de tristeza e desespero. A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos com mais de 4.500 pessoas através de formulários online e também por telefone, onde os entrevistados respondiam questões que envolviam o tema ‘tragédia’.
“A exposição repetida a coberturas noticiosas destes eventos foi relacionada com efeitos negativos na saúde mental (como estresse agudo, por exemplo) nos período subsequentes, bem como respostas de estresse pós-traumático e problemas físicos ao longo do tempo”, escreveram os autores do estudo.
Você pode não saber, mais os veículos mais formais de jornalismo são praticamente proibidos de noticiarem sobre suicídio, pois isso pode ‘motivar’ outras pessoas a cometerem o mesmo ato. Os idealizadores do estudo perceberam também que os casos de estresse pós-traumático e pensamentos negativos assolam com frequência a mente daqueles entrevistados que são expostos às notícias ruins.
“Nossas descobertas sugerem que a exposição repetitiva à coberturas relacionadas a eventos traumáticos pode trazer consequências de saúde mental para alguns indivíduos, incluindo flashbacks e memórias intrusivas”, destacaram eles.
“O quanto antes as plataformas de notícias começarem a se monitorar em relação à conteúdos gráficos, potencialmente sensitivos, melhor serão os benefícios para os consumidores, que nem sempre conseguem controlar seus próprios hábitos midiáticos. Ainda que um público bem informado seja essencial durante eventos de crise, é importante também que os espectadores entendam como podem estar sendo colocados em riscos de saúde a longo prazo pelas notícias da imprensa. Desta forma, os consumidores serão mais capazes de fazer decisões inteligentes e bem informadas sobre a maneira como querem ser atualizados sobre traumas coletivos ocorridos ao redor do mundo”, finalizaram.