Pesquisadores do Harvard’s Wyss Institute, nos Estados Unidos, criaram uma vacina revolucionária contra o câncer agressivo, pois ela tem o tamanho de uma aspirina e é implantada próximo ao tumor, para evitar a quimioterapia no corpo inteiro. Quando aplicada, ela é responsável por reprogramar o sistema imunológico, fazendo com que o próprio organismo ataque e destrua células cancerosas.
O resultado do último teste realizado foi publicado na Nature Communications e animou especialistas do mundo todo: “100% dos camundongos que receberam a vacina em gel sobreviveram sem metástase, enquanto todos os camundongos não tratados, morreram”, afirma a reportagem da universidade.
“A capacidade desta vacina de induzir respostas imunes potentes sem exigir a identificação de antígenos específicos do paciente é uma grande vantagem, assim como a capacidade da administração de quimioterapia local de contornar os graves efeitos colaterais da quimioterapia sistêmica, o único tratamento atualmente disponível para o doença”, disse Robert P. Pinkas, um dos autores e líder da plataforma de Immuno-Materials no Wyss Institute.
“Esta vacina não apenas ativa as células dendríticas com TAAs específicos do tumor in situ, mas também remodela o microambiente do tumor para permitir ao sistema imunológico um maior acesso ao tumor e cria uma memória imunológica que evita novas recorrências”.
“O câncer de mama triplo-negativo não estimula respostas fortes do sistema imunológico e as imunoterapias existentes não conseguiram tratá-lo. No nosso sistema, a imunoterapia atrai várias células imunológicas para o tumor, enquanto a quimioterapia produz um grande número de fragmentos de células cancerosas mortas que as células imunológicas podem pegar e usar para gerar uma resposta específica do tumor eficaz”, explicou o atual professor assistente no Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade de Illinois, Urbana-Champaign, Hua Wang.
A vacina foi desenvolvida pela primeira vez em 2009, e desde então é uma esperança para evitar que essa terrível doença continue matando milhões de pessoas: “O implante de drogas quimioterápicas dentro da estrutura da vacina cria uma explosão de morte de células cancerosas que libera TAAs diretamente do tumor para as células dendríticas, evitando o longo e caro processo de desenvolvimento de antígenos”, contou Alex Najibi, estudante de graduação da SEAS no laboratório de David Mooney.
Dentre todas as análises realizadas, os pesquisadores descobriram que o tratamento com a vacina causou um aumento significativo da proteína da superfície celular PD-L1 nas células tumorais, usada pelo próprio câncer para barrar a detecção imunológica. Será que dias melhores estão chegando? Ao que tudo indica, sim!