Com o passar das décadas, muitos eventos catastróficos ficaram registrados na história da humanidade. Sem dúvidas o nazismo é um dos momentos mais trágicos que os homens já presenciaram, além da Primeira e Segunda Guerra Mundial, os abusos do governo autoritário do Camboja, dentre tantos outros.
Entretanto, o Brasil também é manchado com uma situação tão trágica quanto, que acontecia no Hospital Colônia, fundado no interior de Minas Gerais, em 1903. A ideia principal era atender pacientes com tuberculose, mas após falir, em 1930, o prédio se transformou em um manicômio, porém, ao invés de contar com recursos realmente eficazes, o hospital não fazia o mínimo esforço em reabilitar essas pessoas.
A grande verdade é que o hospital não recebia pacientes doentes, mas sim qualquer indivíduo que, por algum motivo, ‘não se encaixava na sociedade’, como homossexuais, deficientes físicos, mães solteiras, políticos inimigos e até mesmo negros. De acordo com dados coletados, cerca de 70% dos internados no hospital não apresentavam nenhum tipo de transtorno psicológico.
Os tratamentos desumanos (tortura, privação de sono e alimento, estupros, surras, etc) se estenderam por três décadas, sem contar que boa parte da renda gerada pelo Hospital Colônia vinha da exploração de mão de obra dos pacientes.
A trágica rotina do hospital foi fotografada apenas em 1961, por Luiz Alfredo, mas ainda assim foram necessários mais 19 anos até que esse show de horror chegasse ao fim. Os sobreviventes dessa barbaridade nunca tiveram seus danos completamente reparados, já que os absurdos aconteciam com o ‘aval’ do governo da época.