Muitos casais sonham em aumentar a família e ter um filho, contudo, isso geralmente acontece na faixa dos 20, 30 ou até mesmo 40 anos. Porém, há indivíduos que vão contra a maré e se tornam pais na terceira idade, como o argentino Alberto Cormillot, que aos 83 anos viu seu filho chegar ao mundo.
Ele nasceu em 1938, em Buenos Aires, e é um dos especialistas em nutrição mais famosos do país, até que em 2019 anunciou que se casaria com Estefanía Pasquini, quase cinco décadas mais jovem que ele. “Queremos nos casar e achamos que é uma boa ideia. Sabemos que algumas pessoas podem gostar e outras não, mas somos nós quem decidimos”, comentou.
Mesmo com preconceitos, o casal oficializou a união e ter um filho sempre esteve nos planos. “Estefanía é muito jovem e está encantada com a ideia de ter o primeiro filho. E eu também. Esse tema está sempre presente em nossas conversas”, disse Alberto quando perguntaram se ele queria ser pai.
Pouco tempo depois a notícia da gravidez de Estefanía tomou conta da mídia e muitos jornalistas zombaram da situação, dizendo que ele teria “um pequeno órfão”, todavia, nada abalou o relacionamento. “As pessoas não estão dizendo nada que eu não saiba ou que não tenhamos conversado […]. Conversei com meus amigos e eles me disseram: ’Sim, isso vai acontecer, você vai ter um filho e talvez amanhã o pai dele não esteja mais ao seu lado, por motivos lógicos da vida […]. Mas quando ele não estiver mais aqui, nós estaremos’”, afirmou a mulher.
Em 17 de dezembro de 2021, o tão aguardado Emilio nasceu, cheio de saúde, esbanjando fofura e deixando a vida dos pais ainda mais doce. “As pessoas são preconceituosas com os idosos e reproduzem o clichê de que uma pessoa mais velha não pode ter filhos e não pode se divertir […]. Uma família monoparental tudo bem, mas uma pessoa mais velha não pode ter um filho. Um idoso é um peso descartável, não é sequer reciclável, e muitas pessoas compram essa ideia. Eu não compro. Nunca comprei”, admitiu ele.
“Tive câncer duas vezes, uma doença geralmente associada com a terceira idade. Nas radiografias é possível ver que meus joelhos estão desgastados, assim como os ombros e a coluna. No total, acumulei mais de 30 lesões. Parece haver uma contradição entre o meu histórico clínico e a minha vida, porque as pessoas olham para mim e veem que estou fazendo as mesmas coisas que sempre fiz”, completou.
Alberto relata que pretende viver até os 105 para acompanhar de perto o crescimento do filho, e está preparando um presente muito especial a ele. “Comprei para ele um celular. Envio mensagens de WhatsApp, gravo contos e histórias, mando fotos e digo o que estou fazendo”.