Uns tentam romantizar a maternidade, nesse caso, a paternidade, porém, a realidade não é esse conto de fadas todo, no final do dia, os pais ficam com a cabeça e o corpo muito carregados e tudo que mais querem é descansar.
Para as mães, isso não é nenhum tipo de novidade, já que algumas mulheres ainda sofrem com a ‘inércia’ de seus companheiros na criação do filho, enquanto outras criam a criança sozinhas. Porém, essa vida de ‘cuidador de bebê’ é novidade para esse pai que cuida integralmente de ser filho recém-nascido, Rauê, para que sua esposa, Veruska, não abandone o emprego.
O post de desabafo de Tiago Prudente, o pai em questão, viralizou na internet e já passa de 28 mil curtidas e 22 mil compartilhamentos, sem contar centenas e centenas de comentários.
Veja a postagem na íntegra:
“Qd Veruska engravidou sempre cogitamos ficar um dos dois direto em casa nesse período da 1ª infância de Rauê (qd digo “um dos dos dois” eu quis dizer “ela”).
Nos meados da licença dela começamos a pensar em ter uma babá pra ela poder voltar a trabalhar.
Até tentamos mas acho que não estávamos pronto.
Voltamos pro plano A.
Só tem o detalhe que minha esposa ganha quase o dobro, já tinha passado 8 meses em casa, e voltou pro trabalho sendo promovida pra um setor que é a cara dela!
Tem lógica ela parar ao invés de mim? Tem sim… só pra lógica que não faz nenhum sentido… a lógica machista!
Sempre me achei uma pessoa livre do machismo e preconceitos de modo geral.
Mas se vc tb se considera assim, te falo vei, ele tá lá!
Enraizado em vc em pequenos comandos desde que vc nasce!
E eu encontrei esse meu lado machista lá no fundo qd foi caindo a ficha de que eu ia ser “dono de casa”, mesmo que por uns tempos. Doeu lá no ego mas tomei a decisão.
Ela até deu uma hesitada (até pq o machismo tb tá nas mulheres).
Ela não queria passar a imagem de que eu me preocupava mais com a criação de Rauê do que ela (nenhum homem jamais pensaria isso pq é claro que quem tem que ficar em casa é a mulher né?).
Tou fazendo um mês em casa e parece que já faz um ano!
Não me entendam mal, está sendo uma experiência incrível e maravilhosa… mas o que quero dizer é que a parada é intensa e exaustiva pa caralho!
Conciliar tudo que um bebê exige de vc, com suas próprias necessidades, com o mínimo necessário pra deixar a casa com cara de casa, exige uma energia que não foi feita pra uma pessoa só dar conta!
Não pode ter sido!
E é naquela hora, em que vc tá com a papinha no fogo, ele acorda qd não devia com a fralda explodida de merda, vc tentando minimizar danos levando aquela arma biológica pro lixo, contendo seu filho com o pé pra que ele não transforme aquele cenário apocalíptico em algo mto pior, rezando pra papinha não ter queimado e vc ter que começar td de novo, que vc pensa:
“Vei! Tem um monte de mulher que faz isso!”.
Há muito tempo atrás eu via donas de casa com aquele ligeiro julgamento de “podia tá trabalhando”; até muito recentemente eu via com normalidade; hj eu vejo com vontade de dar um abraço e dizer “Vc é foda vei!!! Tamo junto!!”.
Mulheres que conciliam isso td com um home office ou alguma outra função não são humanas… sério!!!
No fim do dia eu tou tão exausto que é obrigatório um “toma que o filho é teu”, até pq qd o “peito” dele chega ele não quer mais saber de mim.
Mas aí é o tempo que sobra pra preparar janta, dar um grau na pia, bater as roupas e fraldas de pano dele (sim… a gente é doido pra usar fralda de pano).
Com certeza se eu passasse o dia com ele e de noite ainda tivesse que dar conta de amamentar eu já teria surtado!
Mas será que tem gente que consegue isso? Adivinha?
E pensar que tem mulher que de noite, qd pede uma ajuda, ainda houve um “foi cansativo hj no trampo”.
Velho, nunca fui de trabalhar pouco, mas te falo, meu emprego seria o recreio daqui.
Esse textão todo foi só pra chegar até aqui… Sempre fui considerado “um marido que ajuda em casa”, “um paizinho que ajuda com o filho” (so “ajuda” né? afinal a responsabilidade todo mundo sabe que é dela).
Mesmo assim, esse um mês, além de ter sido uma experiência incrível de poder acompanhar meu filho no desenvolvimento dele, me fez acordar pra “carga mental” da gestão do lar que, pra maior parte das tarefas, esteve sob responsabilidade de minha esposa ao longo desses 8 anos! Foi mal aê!”