Tales Pereira, de 63 anos, é gari e desde muitos anos tem uma vida difícil, quando sua filha, Aline de Castro, tinha 9 anos, a mãe faleceu devido a um câncer no estômago, entretanto, a mulher havia matriculado a menina em uma escola particular, para que ela tivesse uma boa base de estudo. Então, Tales, ao assumir os cuidados de Aline, decidiu mantê-la no colégio.
“Quando ela começou a estudar, a minha esposa colocou ela no jardim em um colégio particular. A mãe dela adoeceu, faleceu e eu não tirei. Era uma escola boa, católica e ela ficou lá até o final do ensino médio, então ela teve uma base boa. Ela é guerreira”, disse Tales.
Aline, por sua vez, conseguiu se formar em Medicina graças ao esforço de seu pai. Hoje, após receber o primeiro salário, ela quer compensar todo o sacrifício que o homem enfrentou.
“Quando eu recebi meu primeiro salário liguei para ele, eu fiquei chorando e ele emocionado também. Já fui ajudando, já coloquei um portão eletrônico na casa, pedi para ele deixar eu pagar algumas coisas aqui. No começo ele não queria deixar, mas fui convencendo. Primeira coisa que eu fiz foi comprar uma rede para ele, o primeiro presente foi esse”, lembrou.
Tales comentou que se sente muito realizado e o sonho em ver a filha médica não era só dela, mas sim, dele também: “Eu sinto orgulho dela. Quando ela estiver precisando e eu estiver com vida, mesmo depois de casada, eu vou estar lá ainda para o que ela precisar. Pai não cria filho pra si. Ela diz que eu não vou ficar sozinho não. Quando ela conseguir comprar algum imóvel, vai me levar para morar do lado dela”, afirmou.
Aline, por sua vez, revela que o próximo passo é comprar um apartamento para o pai, para que ele fique morando mais perto dela: “Ele fala que não vai morar em apartamento, mas quando eu tiver o meu vou comprar um pra ele em baixo ou em cima do meu”, contou.
A jovem está fazendo residência, para logo após começar sua especialização em gastroenteorologia: “Não me vejo fazendo outra coisa, se eu tivesse feito outro curso, não sei se estaria plenamente feliz como estou hoje. Eu estou começando a viver agora o dia a dia da profissão e é muito gratificante ver o paciente melhorar, ver que você pode fazer a diferença na vida de alguém”, concluiu.